Denúncia foi feita no domingo (1º) e pede, também, a instauração de uma investigação judicial eleitoral e punição com inelegibilidade para as eleições 'a se realizarem nos oito anos subsequentes'. Coligação nega irregularidades.

Bruno Pereira candidato a prefeito de São Lourenço da Mata. Foto: Divulgação

O Ministério Público de Pernambuco ingressou, na Justiça Eleitoral, com um pedido de cassação dos registros das candidaturas de Bruno Gomes de Oliveira (MDB) e de Manoel Jerônimo de Melo Neto (Pros) em São Lourenço da Mata, no Grande Recife.

Na denúncia, feita no domingo (1º), a promotora Ana Cláudia de Moura Walmsley afirma que os candidatos a prefeito e a vice-prefeito, respectivamente, têm descumprido a determinação do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) de evitar atos de campanha que possam provocar aglomeração. Até a tarde desta segunda (2), a denúncia aguardava julgamento na Justiça Eleitoral.

Procurada pelo G1, a coligação "A Mudança Continua", dos candidatos Bruno Pereira e Manoel Jerônimo, informou, por nota, que "os candidatos não praticaram nenhum ato em contrariedade com a lei, inclusive não participando de nenhum ato político, que gere aglomeração de pessoas" (veja resposta abaixo).

De acordo com denúncia do Ministério Público, funcionários municipais têm atuado em campanha de candidato à prefeitura de São Lourenço da Mata — Foto: Reprodução/WhatsApp


Além do pedido de cassação das candidaturas, a promotora pede a instauração de uma investigação judicial eleitoral e pede que os candidatos sejam punidos com inelegibilidade para as eleições "a se realizarem nos oito anos subsequentes à eleição em que se verificaram os abusos acima narrados".

No pedido de cassação, a promotora afirma que os candidatos promoveram eventos na sexta (30) e no domingo (1º) "em completa afronta à resolução do TRE". Segundo a denúncia, houve aglomeração de correligionários, com camisas de cores padronizadas, adesivos, ônibus fretados e tendas, "ou seja, promoção organizada de propaganda eleitoral em clara demonstração de desrespeito à Corte Superior deste Estado, na certeza da impunidade".

A denúncia também diz que Bruno Pereira, atual gestor do município, "abusou de seu poder político ao induzir na população menos esclarecida um sentimento de normalidade, inexistente".

A promotora diz, ainda, que "como gestor responsável pela saúde da população e detentor de autoridade para promover o cumprimento de normas sanitárias no município, agiu de forma a banalizar ditas normas, criando sentimento de desnecessidade de cuidados, tudo com o intuito meramente eleitoral de promover sua campanha política".

A denúncia também descreve outra situação que teria ocorrido no sábado (31). "Fiscais da Prefeitura que organizam a feira e os vendedores ambulantes efetivavam a colocação de adesivos com o número de urna dos candidatos, verificando-se que os representados promovem o uso de servidores públicos para fins de campanha eleitoral", afirmou a promotora, no texto.


O que dizem os citados

Procurada pelo G1, a coligação "A Mudança Continua" informou que os candidatos "não praticaram nenhum ato em contrariedade com a lei, inclusive não participando de nenhum ato político, que gere aglomeração de pessoas".

No texto, a coligação também ressaltou o "pleno respeito às orientações do Ministério Público Eleitoral e às determinações da Justiça Eleitoral, que seguirão sendo rigorosamente cumpridas, principalmente no que diz respeito às regras de não aglomeração de pessoas".

Em outra nota, enviada na terça (3), Bruno Pereira informou que um evento ocorrido na cidade no domingo (1), uma cavalgada, não contou com sua participação nem do candidato à vice da chapa, Manoel Jerônimo. "A cavalgada foi um evento privado, não contou com apoio da coligação 'A Mudança Continua' e reuniu várias pessoas de diferentes grupos políticos da cidade", disse, no texto.

Ainda na nota, Bruno Pereira informou que seus advogados "já apresentaram esclarecimento a juíza eleitoral e aguardam deferimento do processo".

Fonte: G1