Kéko do Armazém, Lula Cabral e Elias Gomes. Fotos: reprodução

O cenário político cabense teve um reviravolta após a entrada do atual vice-prefeito Kéko do Armazém (PDT), na corrida eleitoral para a prefeitura. Com o rompimento político entre o prefeito Lula Cabral (PSB) e Kéko, após o conturbado retorno de Cabral ao comando da prefeitura, de forma atropelada, tratorando todos que lhe faziam sombra no campo político. E a ciumeira causou um impacto grande no tabuleiro eleitoral, ampliando a oposição com a saída do vice-prefeito do grupo governista. 

Tendo governado interinamente o Cabo por 360 dias, Kéko do Armazém terminou sua gestão com 72% de aprovação da população, o que lhe credenciou a entrar no páreo contra o clã Cabral, no campo oposicionista onde já se encontravam o ex-prefeito Elias Gomes (PSDB), o delegado e vereador de Carpina Antonio Resende (PP), o empresário Eduardo Cajueiro (PTB), o vereador Ezequiel (PT), Kéko engorda a possibilidade de Lula que tem mais de 80% de rejeição perder a eleição de 2020, pela somatória de atrapalho e atropelos causados por ele mesmo, saindo da imagem de um grande gestor para a de corrupto.

O caso policial em que Lula Cabral está envolvido, pelo desvio de mais de 92 milhões da previdência municipal do Cabo, poderá lhes custar a próxima eleição, tendo grandes possibilidade de ser derrotado por um nome da oposição. Mas apesar da série de negatividades em que anda o governo de Cabral, não se pode subestimar sua capacidade de dar a volta por cima, sua expertise política, o fez vencer várias eleições para a prefeitura e para a Assembleia Legislativa onde foi deputado estadual por dois mandatos, deu a sua filha um mandato e ao seu irmão dois mandatos, isso porque Everaldo conquistou o terceiro mandato por conta própria.

Lula Cabral tem além da máquina municipal ao seu favor, a maioria dos vereadores, e um grupo político que sabe pensar politicamente de forma estratégica, se a oposição quiser derrotar o atual prefeito, a forma mais segura seria a criação de uma grande frente composta pelos partidos contrários a gestão, para assim evitar que Lula se eleja com a minoria dos votos, caso a pulverização de candidaturas divida os votos da oposição.

Uma coisa é certa, ninguém terá vida fácil na corrida municipal de 2020 no Cabo, a oposição terá pela frente uma grande chance, mas se a união não acontecer isso poderá dificultar a chegar ao poder, por outro lado Lula que anda com a rejeição na estratosfera, terá que aparar as arestas entre os aliados, compor chapa com algum nome de peso, que represente novidade, e monte um grande palanque com o maior número de partidos e de candidatos a vereador, esse cálculo poderá lhe garatir êxito mais uma vez para chegar ao quarto mandato.