Líder do Solidariedade, Augusto Coutinho, critica acordo para importação de Etanol norte-americano

Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados

A decisão do governo brasileiro de aumentar para 750 mil litros por ano o volume de etanol importado dos Estados Unidos sem tarifação foi alvo do pronunciamento do líder do Solidariedade na Câmara, deputado Augusto Coutinho. O parlamentar chamou atenção para os prejuízos ao setor sucroacoleiro do Norte e Nordeste do país. “Essa medida nos preocupa muito. Precisamos de contrapartidas. Não podemos, em um momento de safra da cana de açúcar e do álcool, de um setor que gera 300 mil empregos diretos na região, sermos impactados com um benefício fiscal ao governo norte-americano em detrimento do Norte e Nordeste brasileiro”, discursou, nesta quarta-feira, 4.

O Ministério da Economia anunciou a medida no último sábado, 31 de agosto, e o assunto tem deixado preocupado o setor sucroalcooleiro, principalmente da região Nordeste do país, que é destino para 90% do etanol vindo dos Estados Unidos. Além de decidir pela prorrogação, por mais um ano das importações sem tarifação, algo que o setor já havia pedido para que fosse revisto, o governo brasileiro também elevou a cota permitida em 150 mil litros. A renúncia fiscal estimada é de R$ 270 milhões.

“O pobre Nordeste brasileiro tem uma economia com fortes bases no cultivo da cana de açúcar e do álcool. O volume de importação, se realizando desse álcool no Brasil, chegará a 34% do que é produzido na região Nordeste. No Sudeste isso representa apenas 3% do produzido lá. Praticamente tudo o que é consumido de etanol na nossa região virá dos EUA subsidiado pelo governo brasileiro. E o pior, é que estamos em plena safra”, registrou Coutinho na tribuna da Câmara.

Durante o discurso, o parlamentar apelou para que “que o governo faça uma reflexão sobre o impacto que esta medida, em atendimento ao que deseja o governo norte-americano, pode causar na economia do país”. Durante a semana, representantes do setor, a exemplo do Sindiaçucar, se prenunciaram sobre o assunto. A expectativa é de que, caso o acordo não seja alterado, contrapartidas para a exportação de cana-de-açúcar possam ser integradas.

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