Foto: Roberto Soares / Alepe |
Alepe - Declarações do presidente Jair Bolsonaro e de ministros, bem como ações do Governo Federal, repercutiram na Reunião Plenária da Alepe, nesta segunda (5). Tarifas, educação, política externa e outros temas entraram na pauta a partir de pronunciamento feito pelo líder da Oposição, deputado Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB), em defesa do presidente. Também manifestaram-se na tribuna os deputados governistas Teresa Leitão (PT), Waldemar Borges (PSB) e Isaltino Nascimento(PSB).
Marco Aurélio elogiou a política do Governo Federal para baixar o preço do gás de cozinha (GLP), registrando que a Petrobras reduziu em 8,16%, a partir de hoje, o valor do botijão nas refinarias. Entretanto, classificou como um “contrassenso” a resolução da Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) publicada no dia 1º, que autorizou um aumento de 5,6% na tarifa média praticada pela Companhia Pernambucana de Gás (Copergás).
O parlamentar direcionou críticas ao Governo do Estado, que detém 51% das ações ordinárias da empresa. “O Governo Bolsonaro se preocupa com quem mais precisa. A ideia é reduzir em até 50% o valor gás de cozinha”, disse. “E na hora que o presidente faz isso, praticamente no mesmo dia, o Estado aumenta, mostrando que este Governo do PSB não está preocupado com a população”, emendou, assinalando que, no segmento residencial, a alta de preço pode chegar a 16%.
O líder da Oposição parabenizou a gestão federal, ainda, pela redução de 0,5% na taxa básica de juros (Selic), que caiu para 6% ao ano, na semana passada. Segundo o deputado do PRTB, a decisão do Banco Central (BC) comprova que o Governo não quer “fazer graça para banqueiro”. Marco Aurélio também considerou positiva a aprovação, pela Câmara dos Deputados, da proposta de Reforma da Previdência, afirmando que trará uma economia de R$ 800 bilhões aos cofres públicos.
O pronunciamento foi respondido pelo líder do Governo, Isaltino Nascimento. Em discurso no Grande Expediente, o socialista observou que o gás natural do Estado é o mais barato do Nordeste e um dos mais baratos do País. “Temos muito orgulho de ter uma empresa genuinamente pernambucana, que o Governo Federal tenta desqualificar para que se possa priorizar o capital privado”, acrescentou.
Em aparte, José Queiroz (PDT) repercutiu a fala de Bolsonaro de que, se a indicação do filho para a Embaixada dos Estados Unidos for recusada pelo Senado, pode nomeá-lo ministro das Relações Exteriores. “É um presidente que está praticando escárnio com o povo”, avaliou.
Educação – Também ao comentar as ações do Governo Federal, Teresa Leitão elencou medidas do Ministério da Educação que, na opinião dela, retiram mais direitos e conquistas do povo brasileiro. Na visão dela, o Programa Future-se representa “o fim da autonomia e do caráter público das universidades”. A petista também criticou a extinção do Programa Idioma sem Fronteiras e do Conselho Consultivo do Plano Nacional do Livro e da Leitura. “Isso esvazia a participação dos educadores e dos gestores nos livros didáticos”, acredita.
A parlamentar ainda condenou a suspensão do edital para novas bolsas de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e mais um corte no orçamento das universidades, desta vez de R$ 48,5 milhões, bloqueando o pagamento de várias contas das instituições. “A pesquisa é um passo fundamental para o avanço da civilização, e o CNPq é reconhecido internacionalmente por incrementar a ciência no País”, frisou.
Teresa Leitão defendeu, ainda, o legado do educador pernambucano Paulo Freire, chamado de “feio” pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub. O posicionamento dela foi endossado pelo deputado Delegado Erick Lessa (PP). “Bolsonaro tem que compor uma equipe com pessoas capacitadas e técnicas que respeitem esta nação. Votei no presidente no segundo turno, mas não concordo com esse tipo de postura, que não tem respeito com a liturgia do cargo, com a história de pessoas como Paulo Freire e o que representam para esta nação”, assinalou Lessa.
Para Waldemar Borges, Paulo Freire “amedronta” os membros do Governo porque propõe que as pessoas reflitam sobre a realidade e a sociedade. Em seu pronunciamento, o socialista repudiou ainda a declaração da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, que relacionou o abuso sofrido pelas meninas da Ilha de Marajó, no Pará, por falta de calcinhas. E afirmou que a economia da Reforma da Previdência será paga pelo “homem simples da rua”, e não pelos privilegiados.
Citando o corte nos novos empréstimos da Caixa Econômica Federal (CEF) aos Estados e prefeituras do Nordeste, para apenas 2% do total este ano, Borges apontou que há “atitudes segregadoras aos nordestinos”.
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