Coluna desta quarta-feira - 31/07/2019 - Bolsonaro atenta contra a democracia com declarações sobre mortos na ditadura militar

Bolsonaro chama de 'balela' documentos sobre mortos na ditadura. Foto: G1

As últimas declarações feitas pelo presidente da república Jair Bolsonaro (PSL) são de arrepiar qualquer cidadão que se alto declare cristão, isso porque a memória de mostos políticos pelo regime ditatorial de 1964, segundo o presidente não passou de uma revolução, e que esses que morreram buscaram seu próprio fim ao se contraporem ao regime de exceção. 

Após a decisão da justiça absolver Adélio Bispo, autor da facada que Bolsonaro levou durante a campanha presidencial de 2018, e a atuação da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, em impedir o advogado de Adélio ser investigado pela Polícia Federal.

“Por que a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de um dos caríssimos advogados? Qual a intenção da OAB? Quem é essa OAB?”, indagou.

“Um dia se o presidente da OAB [Felipe Santa Cruz] quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto para ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Eu conto para ele”, disse Bolsonaro. “Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar às conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco, e veio a desaparecer no Rio de Janeiro”, complementou.

As declarações de Bolsonaro sobre o desaparecimento do pai do presidente da OAB, é um ataque direto a democracia, a liberdade, a memoria dos desaparecidos políticos, as famílias das vítimas, e ao estado democrático de direito, ferindo duramente a constituição cidadã de 1988.

De acordo com os advogados, esta é mais uma das declarações que poderiam enquadrar o presidente na Lei nº 1.079, que trata de crimes de responsabilidade. De acordo com o Artigo 9º, é "crime de responsabilidade contra a probidade na administração proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo".

Tomado por um ódio cego e sem limites, o presidente destila a cada dia a sua essência país a fora, cada vez que abre sua boca e faz uma declaração, esquecendo ele da diplomacia, do comportamento e da educação que exige o cargo que ocupa, por escolha de mais de 57 milhões de brasileiros.

A cada dia de seu governo o presidente mostra o despreparo para ocupar a presidência da república, criando cortinas de fumaça, empobrecendo o debate, menosprezando a república, a democracia, e a constituição, a qual ele deveria ser um fiel cumpridor.

A pergunta é a seguinte, até quando o governo continuará criando cortinas de fumaça por questões ideológicas, esquecendo os 14 milhões de desempregados, a geração de emprego e renda, a distribuição de riqueza, o fortalecimento de nossa economia, a infra-estrutura de nossa malha rodoviária, hidroviária, ferroviária, para escoação de nossa produção, os tratados comerciais internacionais para gerar riqueza para o Brasil? 

Quando o presidente Jair Bolsonaro sairá do jogo baixo eleitoreiro, e cairá  ficha que a eleição acabou e que ele já é o presidente da república? e quando decidirá começar a governar o país?

Aos seguidores de Bolsonaro que na maioria são conservadores e ligados a instituições religiosas, eu deixo a seguinte indagação, como se pode admirar e amar a Cristo, e admirar, amar e defender Bolsonaro com sua metralhadora de ódio? como se casam essas duas coisas?

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