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O ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), pernambucano famoso em todo o Brasil por dar o voto de número 342 pelo impeachment na Câmara Federal, foi duro ao avaliar as lideranças políticas do PSB de Pernambuco. No Estado, a legenda socialista conta com o governador Paulo Câmara, vice-presidente nacional do PSB, e o prefeito do Recife, Geraldo Julio, primeiro-secretário nacional da legenda – e que tentará a reeleição nas urnas de 2016. Para Bruno, após a morte de Eduardo Campos, que era presidente nacional do PSB e morreu durante a campanha à Presidência da República, em agosto de 2014, a liderança de Paulo e Geraldo “não aconteceu”.
Em debate na Rádio Jornal, Bruno Araújo foi provocado a comentar a “demissão” do PSDB e DEM da gestão estadual do PSB, que pediu de volta os cargos ocupados pelos antigos aliados na véspera da confirmação de dois ministros pernambucanos na equipe do governo Michel Temer (PMDB): o próprio Bruno Araújo, pelo PSDB, e Mendonça Filho (DEM) na pasta de Educação e Cultura.
Com isso, os partidos deixam a Frente Popular, aliança estadual de 21 partidos construída por Eduardo Campos para apoiar a eleição do governador Paulo Câmara, em 2014.
Nos bastidores da política estadual, havia dúvidas sobre a consolidação de uma candidatura do PSDB na capital pernambucana, principal reduto do PSB na época de Eduardo Campos. Os socialistas fomentavam a dúvida, devido à aliança eleitoral entre as legendas em 2014.
“Tenho certeza de que o próprio Eduardo Campos deixou para todos uma compilação de sua vida política. Em suma, era trazer, era agregar. essa nova fase do PSB em Pernambuco resolveu, do ponto de vista político, tentar seguir um caminho diferente”, comentou. Em seguida, afirmou: “São lideranças que obviamente precisam se consolidar e mostrar para que vieram. E [isso] não aconteceu. Ainda não aconteceu.”
Ao comentar a versão frequentemente fomentada pelo PSB no Estado de que o PSDB abriria mão da candidatura no Recife do deputado federal Daniel Coelho, devido à aliança entre as legendas no segundo turno de 2014, em torno do nome de Aécio Neves, Bruno reagiu: “Em locais politicamente amadurecidos, essas coisas são muito desvinculadas. Em locais onde você tem lideranças expressivas, essas lideranças conseguem dar clareza nessas posições.”
A respeito da saída do PSDB da gestão pernambucana, o ministro ainda ironizou. “A candidatura de Pernambuco [do Recife] recebeu uma animação nacional de todo o partido, de modo especial vitaminada por Paulo Câmara e Geraldo Julio. O partido nacionalmente hoje está absolutamente imbuído de participar da campanha de Daniel.”
O ministro fez ainda um gesto para uma eventual composição no segundo turno com o DEM, que vai concorrer no Recife com o nome da deputada estadual Priscila Krause. Enfatizou que vai fazer o que estiver a seu alcance, como ministro, para ajudar Pernambuco e o Recife, e no final ironizou uma eventual reaproximação do PSB e PSDB pernambucanos após as eleições.
“Os erros que eventualmente o PSB possa ter cometido nesse processo vão se configurar no resultado da eleição de 2016 e 2018. A eleição de 2016 e 2018 vai ser o principal dado objetivo de mostrar o acerto ou não do PSB nessa eleição”, disse. “Espero que o governador de Pernambuco possa, no futuro, compartilhar e colaborar com a administração de Daniel Coelho na capital”, complementou.
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