Suspeito de desviar 3 milhões, prefeito do PSB em Belém de Maria é afastado

A decisão da Justiça ocorreu após Ação Civil Pública do MPPE

G1

O prefeito de Belém de Maria, Valdeci José da Silva, popularmente conhecido como Tio Correia (PSB), foi afastado do cargo suspeito de liderar um grupo investigado por desviar R$ 3 milhões dos cofres da prefeitura do município da Mata Sul, criar empresas fantasmas, lavar dinheiro e fraudar licitações. A assessoria de comunicação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) informou nesta quarta-feira (2) que o secretário de Turismo e Cultura, o tesoureiro, o procurador jurídico, a presidente da Comissão de Licitação, o diretor administrativo da Secretaria de Finanças e o supervisor de Serviços também foram afastados.

A decisão da Justiça ocorreu após Ação Civil Pública do MPPE, em decorrência da operação "Pulverização", que prendeu um secretário e mais seis pessoas no dia 19 de novembro. 

O juiz ainda decretou o bloqueio imediato de todas as contas bancárias da Prefeitura de Belém de Maria - as obrigações emergenciais serão honradas apenas via autorização judicial. Também foram expedidos mandados às instituições bancárias e financeiras para recusar quaisquer operações bancárias nas contas da prefeitura.

Além disso, foi decretado o bloqueio, indisponibilidade e sequestro de um veículo de luxo e o bloqueio, indisponibilidade e sequestro de dinheiro e bens imóveis em nome dos envolvidos, até o montante de R$ 3 milhões. Na operação também foi decretada a prisão de um gerente de operações do Banco do Brasil de Chã Grande, na Mata Norte. Ele é suspeito de facilitar a abertura de contas de empresas fantasmas, conforme informou o delegado.

Entenda o caso
A operação foi desencadeada na quinta-feira (19). Na ocasião, o secretário de finanças e mais seis pessoas foram presas suspeitas de desviar R$ 3 milhões da Prefeitura de Belém de Maria, criar empresas fantasmas, lavar dinheiro e fraudar licitações.

Quatro suspeitos foram localizados em Água Preta, um em Catende, um em Palmares e outro em Caruaru. "Suspeita-se que as empresas fantasmas tenham sido criadas nos nomes de cada uma das outras seis pessoas envolvidas. O dinheiro foi desviado entre janeiro de 2013 e maio de 2014", informou o promotor de Justiça Frederico Magalhães.

Uma semana após a operação ser deflagrada, na quinta-feira (26), o MPPE divulgou a prisão de um gerente de operações do Banco do Brasil de Chã Grande. Ele foi preso suspeito de facilitar a ação do grupo criminoso dentro da agência. "Ele ajudava na abertura de contas de empresas fantasmas", informou o delegado regional de Palmares, Vladimir Lacerda.

De acordo com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o gerente foi preso em Caruaru, no Agreste, e é suspeito de integrar a organização criminosa. Segundo o delegado, "ele recebia o dinheiro e fazia transferências para essas contas". O homem foi encaminhado para o presídio de Palmares, conforme informou Vladimir Lacerda.

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