Para 64% dos brasileiros, mandato de Dilma não dura até 2018

Revista Exame

Para uma boa parte dos brasileiros, o governo da presidente Dilma Rousseff não dura até 2018, quando oficialmente aconteceriam novas eleições presidenciais. É o que revela sondagem feita pela consultoria Ideia Inteligência a pedido do Brazil Institute de Washington.


Segundo o levantamento, só 32% dos entrevistados pela consultoria apostam na hipótese de que a presidente consegue terminar o mandato até o dia 31 de dezembro de 2018. 

Entre as pessoas que apostam no fim do mandato de Dilma, a maior parte acredita que a presidente pedirá renúncia do cargo. Apenas 35% crêem que um processo de impeachment derrubará a petista.


Na corda bamba? 

Até o momento, uma parte considerável dos analistas políticos acredita que a hipótese de renúncia da presidente é remota. Ela mesma tem afirmado repetidas vezes que irá lutar pela própria permanência no cargo. Na Marcha das Margaridas, em agosto, a petista valeu-se até do trecho de uma música de Lenine para provar seu ponto. "Podemos envergar, mas não quebramos. Seguimos em frente", disse. 

Por outro lado, é bem verdade que o clima no Planalto - que já não estava bom - ficou mais denso nos últimos dias. De um lado, o corte da nota de crédito do país e a necessidade do governo reagir (de maneira apressada) com medidas impopulares. De outro, a mobilização de um grupo de parlamentares para depor a presidente. 

Na terça-feira, eles enviaram uma questão de ordem ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, questionando os rituais para abertura de um processo de impeachment da petista. Se o peemedebista arquivar os 13 pedidos que estão parados na Câmara, a Frente Parlamentar Pró-Impeachment se prepara para apresentar um recurso que deve ser submetido ao Plenário. A aprovação da abertura do processo bastaria apenas de maioria simples. 

A ideia dos oposicionistas é começar o processo com base no pedido de impeachment protocolado pelo jurista Hélio Bicudo, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT).

No pedido protocolado no início de setembro, Bicudo afirma que o Brasil está mergulhado em uma crise econômica, política “e, sobretudo, moral”. Ele vale-se de dois argumentos possíveis para embasar o documento contra a presidente. Um deles é a manobra conhecida como “pedalada fiscal”, utilizada pelo governo para maquiar o resultado das contas públicas. O assunto está sendo julgado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

O outro é a suspeita de que as campanha de Dilma à reeleição em 2014 recebeu dinheiro proveniente do caso de corrupção da Petrobras. 
Na última segunda-feira, Cunha pediu a Bicudo que adequasse o pedido às regras do Parlamento. O jurista deve entregar uma nova versão até a próxima quinta-feira.

Até a última quinta-feira, segundo análise da consultoria Tendências, risco de impeachment estava em 30%. 

Ao mesmo tempo, o estudo mostra que as taxas de aprovação do governo continuam baixos. No total, 71% dos entrevistados consideram o governo da presidente Dilma Rousseff como ruim ou péssimo – mesmo percentual computado pelo Datafolha em agosto passado. 

Para chegar a esses dados, a Ideia Inteligência entrevistou 20 mil pessoas de 143 cidades brasileiras entre 10 e 14 de setembro. A margem de erro é de 1,3%.

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