Família postou carta em rede social, na tarde deste sábado (13).
Missa na paróquia de Casa Forte, no Recife, ocorrerá às 17h.
G1
A viúva Renata e os cinco filhos de Eduardo Campos assinam uma carta postada no perfil do Facebook do ex-governador de Pernambuco na tarde deste sábado (13), data que marca um mês da morte dele. O político e outras seis pessoas morreram em um acidente aéreo ocorrido em Santos, litoral de São Paulo. Um missa será celebrada às 17h, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, na Praça de Casa Forte, Zona Norte do Recife. A igreja tem capacidade para 400 pessoas.
A carta começa lembrando versos do poeta Mário Quintana - "As pessoas não se precisam, elas se completam. Não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida" - que Campos citava para Renata. O relacionamento começou quando ela tinha 13 anos e ele, 15.
Renata segue afirmando que a perda foi irreparável, mas que o Brasil ganhou um exemplo. Também comenta que orações, mensagens de apoio, manifestações de respeito e admiração deram força para a família suportar essa dor.
Veja a carta na íntegra:
"Dudu, um dia você me presenteou com esses versos: 'As pessoas não se precisam, elas se completam. Não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida'. Parece que Mário Quintana sabia direitinho tudo que vivemos desde que começamos nossa vida juntos, eu com 13 anos e você, 15.
Há um mês, nossos filhos perderam um maravilhoso pai e eu, o melhor marido. Hoje sentimos saudade de seu sorriso generoso, seu abraço carinhoso, da alegria da sua presença. Sentimos falta de lhe ver chegar em casa, muitas vezes acompanhado de amigos, contando histórias e procurando saber das novidades da vida de cada um. Sentimos falta dos conselhos e da postura sempre firme para resolver as coisas e escolher os caminhos, afinal, como você bem nos ensinou "não podemos dar intimidade a problemas, temos que resolvê-los". Nossa perda é irreparável, mas o Brasil ganhou um exemplo.
De todos os lugares, vieram orações, mensagens de apoio, manifestações de respeito e admiração. Somos gratos por todas. Foi do amor, da solidariedade e da fé que extraímos força para suportar essa dor.
O Brasil lhe descobriu e chora conosco sua perda. E está sendo belo, Dudu, ver que você se tornou aquilo que acreditava. Você se transformou em seus ideais. Sua vontade de melhorar a vida das pessoas, sua luta e sua resistência se transformaram em coragem pra mudar. O homem se tornou ideia. E, como diz aquela frase de Victor Hugo que você tanto gostava 'não há nada mais poderoso do que uma ideia cujo tempo chegou'.
Pode ficar tranquilo. Sua bandeira é agora a bandeira de todos os brasileiros. Seu amor e sua dedicação são nossa maior herança. Não, não vamos desistir do Brasil. Estaremos sempre juntinhos no amor, nos sonhos e na fé.
Com muito amor e saudade,
Renata, Maria Eduarda, João, Pedro, Zé e Miguel.
Cobranças
O primeiro mês da morte de Campos é marcado também por cobranças feitas pelo irmão do ex-governador, o advogado Antônio Campos. Em carta divulgada na última sexta-feira (12), ele afirma que "as autoridades responsáveis pelas investigações já possuem elementos suficientes para prestar um esclarecimento, mesmo que inicial, das causas do acidente. É o que aguardam e pedem as famílias enlutadas e a sociedade brasileira".
No texto, Antônio Campos volta a pedir que as famílias que tiveram suas casas atingidas recebam as indenizações iniciais, "já que existe uma apólice dessa seguradora, válida e em vigor, que cobre danos a terceiros". O pedido já havia sido feito na terça (9), em entrevista ao G1.
Despedidas
O corpo de Eduardo Campos foi sepultado no Cemitério de Santo Amaro, na área central do Recife, no dia 17 de agosto. No mesmo local também foi enterrado o assessor Carlos Percol. O caixão do fotógrafo Alexandre Severo foi levado ao Cemitério Morada da Paz, em Paulista Grande Recife, onde o corpo foi cremado. Também no Morada da Paz foi sepultado o corpo de Marcelo Lyra.
Segundo a Polícia Militar, 160 mil pessoas participaram do velório e enterro de Eduardo Campos, no Centro do Recife. O velório, ocorrido no Palácio do Campo das Princesas, durou mais de 14 horas. A fila formada por populares que queriam se despedir do ex-governador chegou a três quilômetros. No local, ainda houve uma missa campal, que foi presidida pelo arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido. A celebração durou cerca de duas horas e foi transmitida por telões espalhados na Praça da República. Também foram velados no local os corpos de Carlos Percol e Alexandre Severo. A família de Marcelo Lyra preferiu velar o corpo dele em cerimônia privada, no cemitério Morada da Paz.
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