Davi Alves alega que bombeiro não alertou jovens sobre tubarões.
Bombeiros afirmam que alerta sobre risco de ataques foi dado três vezes.
G1
Deve ser enterrado em Escada, na Mata Sul de Pernambuco, o corpo de Bruna Gobbi, 18 anos, morta na noite de segunda-feira (22) após um ataque de tubarão na praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. A previsão é de que o corpo seja liberado ainda na tarde desta terça e o enterro aconteça na quarta-feira (24), mas para isso é preciso que o pai de Bruna chegue de São Paulo - a família vivia no bairro de Vila Maria, na capital paulista. A família quase toda morava em Pernambuco e está muito abalada segundo o tio dela, o comerciante Davi Leonardo Alves, que mora em Olinda.
"O bombeiro chamou um primo [de Bruna] e alertou sobre a corrente marítima, mas não sobre o tubarão. A gente vai ver como acionar o estado e buscar o que tivermos direito. As placas estavam a mais de cem metros, já tiveram muitos ataques e nada foi feito até hoje", afirmou Davi. Os bombeiros negam. "Nós fizemos muitas intervenções para alertar os banhistas, tanto em relação às correntes de retorno como em relação aos tubarões mesmo", disse o salva-vidas Abraão Tenório. O coronel Valdy Oliveira, assessor de comunicação do Corpo de Bombeiros, afirmou que as turistas foram alertadas três vezes antes do acidente. "A gente avisa, apita, mas não podemos prender nem tirar ninguém da água à força. Só naquele local do acidente foram 19 intervenções dos bombeiros no período antes do ataque", explicou Valdy.
Entenda o caso
A turista paulista Bruna Gobbi, 18 anos, foi mordida por um tubarão na tarde de segunda-feira (22), na praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, na altura do edifício Castelinho. Ela chegou a ser socorrida, teve parte da perna amputada - cerca de 15 centímetros acima do joelho -, mas morreu por volta das 23h30 do mesmo dia no Hospital da Restauração, na área central do Recife. Bruna foi a primeira mulher a morrer após ser mordida por um tubarão no estado desde que ataques começaram a ser contabilizados pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit).
Na manhã desta terça (23), o corpo de Bruna Gobbi está sendo submetido a uma autópsia no Instituto de Medicina Legal (IML), no Recife. Um tio, Davi Leonardo Alves, que mora em Olinda, está no IML. A estudante visitava o Recife pela primeira vez - passava férias com a família. Ela chegou na última quinta (18) ao estado e voltaria para a capital paulista na próxima quarta (24). Bruna estava na praia de Boa Viagem com a mãe, a avó, primos que moram em Olinda e uma prima, Daniele Souza Gobbi, que estava no mar com ela, mas não foi atacada. "Sabíamos que havia riscos de ataque, mas eu não achava que seria tão no raso, e sim no fundo", comentou Daniele.
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