Blog da Folha
BRASÍLIA – Incentivo a projetos de irrigação e tratamento diferenciado nos financiamentos públicos para o Semiárido do Nordeste são os caminhos que o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) defendeu ontem para enfrentar os problemas causados pela seca na região. “Por ser desigual do resto do País, o Semiárido precisa de uma política de crédito compatível com essa realidade. Se o Nordeste é considerado a região mais pobre do Brasil, o Semiárido é o mais pobre do Nordeste. Essa simples constatação é razão mais do que suficiente para colocar em prática uma política ampla de tratamento diferenciado para o Semiárido”, afirmou Jarbas.
De acordo com Jarbas, a irrigação tem sido historicamente relegada pelos governos, e a consequência dessa omissão é que grande parte da população continua vivendo abaixo da linha de pobreza. “A agricultura irrigada é a única atividade econômica capaz de gerar emprego e renda nas áreas áridas e semiáridas do mundo. É assim que se faz no oeste dos Estados Unidos, no noroeste do México, nas áreas desérticas da China e da Índia, na Espanha, no Peru, em todo o planeta”.
Citando informações do ex-deputado federal Osvaldo Coelho (DEM), o senador pernambucano criticou a manutenção para o Semiárido das taxas de juros do crédito agrícola, dos prazos de amortização dos empréstimos e das garantias iguais aos executados no Centro Sul do País. “Essas condições do crédito rural brecam qualquer iniciativa do sertanejo em adotar práticas modernas de produção, tais como: irrigar suas culturas, perfurar um poço tubular, modernizar a pecuária e mecanizar os cultivos”.
Jarbas Vasconcelos afirmou que estudos realizados na década de 1990, e revisados no início deste século, mostram que o potencial para desenvolvimento da irrigação em larga escala no Semiárido é de 1 milhão e 300 mil hectares. Mas a região tem apenas 150 mil hectares ocupados com projetos públicos de irrigação. Estudos do Banco Mundial (BIRD) mostram que os investimentos públicos na área da agricultura irrigada podem promover o desenvolvimento regional, elevar as exportações e reduzir a pobreza.
“No Semiárido, é mais válido do que em qualquer outra região o slogan do Governo Federal de que “país rico é país sem pobreza”. O Brasil jamais será um país desenvolvido e justo se continuar deixando o Semiárido ao sabor da inevitabilidade da estiagem”, afirmou o peemedebista.
O senador disse ainda que o levantamento do BIRD mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios com projetos de irrigação aumenta em 3,9% quando comparado com outros que não possuem o projeto. O Índice de Pobreza Extrema diminui de 56,7% para 49,4%, e o IDH Educação aumenta de 0,734 para 0,802, enquanto a expectativa de vida do sertanejo sobe de 65 para 72 anos.
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